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A emergência dos metaversos

  A emergência dos metaversos como proposta educativa impõe-nos o dever de uma análise crítica e fundamentada. Como referem Romero Tori (2023) e Leonel Morgado (2022), não se trata de aceitar de forma acrítica a inovação tecnológica, mas de compreender em profundidade como estas novas realidades digitais podem (ou não) transformar as práticas educativas. O entusiasmo inicial em torno dos metaversos, muito associado ao ressurgimento das tecnologias imersivas após o declínio do Second Life, deve ser equilibrado por uma perspetiva pedagógica reflexiva que situe estas ferramentas no âmbito de um projeto educativo ético, participativo e com sentido. A Rosa Gaspar e Rafael Vieira destacam com propriedade a distinção entre ambientes digitais tridimensionais e os verdadeiros metaversos educativos, salientando que a imersão significativa não decorre apenas do aparato tecnológico (óculos VR, avatares, ambientes 3D), mas da integração consciente de narrativas, da agência do aluno e da mediaçã...

Reflexão Crítica: Seleção de Ambientes e Plataformas Digitais em Ecossistemas Híbridos de Aprendizagem

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Após leitura atenta das intervenções e dos documentos de referência, apresento uma reflexão crítica alargada sobre os pressupostos e critérios para a seleção de ambientes digitais, destacando exemplos práticos e referências académicas atualizadas.  1. Fundamentação Pedagógica: tecnologia como meio, não como fim Como referem Moreira e Horta (2020), a tecnologia deve ser compreendida como um meio pedagógico e não como um fim em si mesma. A escolha de plataformas digitais exige, por isso, um posicionamento pedagógico claro que as alinhe aos objetivos de aprendizagem e aos contextos dos estudantes (p. 43). Esta ideia encontra eco em Moran (2015), que defende que “as tecnologias não ensinam por si só – são meios, não fins” (p. 65). Maria Isilia Videira e outros colegas sublinharam que a decisão de adotar um determinado ambiente digital deve responder a critérios de pertinência pedagógica, flexibilidade, acessibilidade e ética. Nesse sentido, a proposta de Moreira e Horta (2020) sobre ...

Educação e Cognição na Era da Infosfera: Aprender com Tecnologias que Pensam Connosco

Vivemos numa era em que a informação digital se tornou ubíqua e constitutiva da própria realidade. Como afirma Floridi (2014), “a infosfera é hoje o novo ambiente em que vivemos, com sistemas artificiais que não apenas nos rodeiam, mas nos constituem” (p. 41).  Já não estamos apenas a usar tecnologia: habitamo-la. Neste contexto, torna-se imperativo repensar o papel da educação na preparação dos alunos para interagirem com tecnologias que já não se limitam a executar instruções, mas que pensam, aprendem e tomam decisões de forma autónoma. A afirmação de que o ensino deve preparar os alunos para interagir com tecnologias que pensam com eles — e não apenas por eles — reflecte uma mudança de paradigma.  As tecnologias inteligentes deixaram de ser meras ferramentas para se tornarem agentes cognitivos, que participam ativamente no processo de construção de conhecimento. Este cenário exige uma abordagem educativa que transcenda o domínio técnico e abrace dimensões éticas, epistemoló...

Exemplo AVA 3

 Exemplo AVA 3 

exemplo ava 2

 exemplo ava 2

exemplo ava

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Bibliografia Anotada e Educação a Distância: Relações e Aplicações

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  A bibliografia anotada e a educação a distância (EaD) são dois conceitos distintos, mas que podem interligar-se de forma complementar no contexto académico e educativo. A seguir, exploramos cada um destes conceitos e as suas potenciais conexões. Bibliografia Anotada A bibliografia anotada consiste numa lista de referências bibliográficas que, para além das informações usuais (autor, título, ano de publicação, etc.), inclui uma breve descrição ou avaliação crítica de cada obra. O objetivo desta anotação é fornecer ao leitor uma visão geral do conteúdo, da relevância e da qualidade da fonte, auxiliando na seleção de materiais para investigação ou estudo (Lancaster, 1991; Eco, 2010). Principais características: 1. Descrição do conteúdo – Resumo do tema principal da obra. 2. Avaliação crítica – Análise da qualidade, fiabilidade e pertinência da fonte. 3. Utilidade – Indicação do valor da obra para um determinado propósito, como investigação ou ensino. A bibliografia anotada é u...