Reflexão Final – UC Avaliação em Contextos de E-learning
Reflexão Final – UC Avaliação em Contextos de E-learning
Rui Miguel de Assunção Rodrigues
Mestrado em Pedagogia do E-learning – Universidade Aberta
A presente reflexão tem como objetivo sintetizar a experiência formativa vivenciada ao longo da Unidade Curricular (UC) “Avaliação em Contextos de E-learning”, no segundo semestre do Mestrado em Pedagogia do E-learning. Esta UC revelou-se uma oportunidade valiosa para consolidar conhecimentos teóricos e práticos no domínio da avaliação, em especial no contexto da educação online, e explorar formas inovadoras de construção de instrumentos avaliativos, incluindo o uso de tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial (IA).
Atividade 1 – Avaliação Pedagógica: Caminhos de Mudança
O primeiro desafio proposto exigiu uma análise crítica dos fundamentos da avaliação pedagógica, partindo de autores como Pinto (2016) e Boud (2020), que defendem uma abordagem plural e emancipadora da avaliação, em oposição à tradicional lógica de controlo e certificação. Esta atividade, desenvolvida em parceria com o colega Pedro Vasconcelos, culminou na elaboração de um texto colaborativo intitulado Avaliação Educativa: Repensar para Transformar.
A discussão centrada nos propósitos da avaliação – formativo, somativo e sustentável – permitiu a interiorização de conceitos fundamentais, tais como a autoavaliação como mecanismo de regulação da aprendizagem e a importância da integração curricular da avaliação. Esta análise serviu como base teórica sólida para as tarefas subsequentes, constituindo um ponto de partida relevante para a transformação das práticas avaliativas.
Referências:
Pinto, J. (2016). A avaliação em educação: da linearidade dos usos à complexidade das práticas. In L. Amante & I. Oliveira (Coords.), Avaliação das aprendizagens: perspetivas, contextos e práticas (pp. 3–40). Lisboa: Universidade Aberta.
Boud, D. (2020). Retos en la reforma de la evaluación en educación superior: una mirada desde la lejanía. RELIEVE, 26(1). https://doi.org/10.7203/relieve.26.1.17088
Atividade 2 – Planeamento de Estratégias de Avaliação em Educação Online
A segunda atividade propôs a leitura e análise do livro Assessment Strategies for Online Learning Engagement and Authenticity (Conrad & Openo, 2018). Em dupla, escolhemos o Capítulo 7 e sintetizámos os seus principais contributos sob a forma de um infográfico, intitulado Planeando uma Estratégia de Avaliação. O trabalho foi enriquecido através da avaliação entre pares, permitindo-nos rever, reformular e consolidar os conteúdos em colaboração.
A apresentação final dos infográficos num Recurso Educacional Aberto (REA) coletivo, na plataforma Padlet, evidenciou o potencial de síntese gráfica como instrumento didático e demonstrou o valor da colaboração em processos de aprendizagem online.
Referência:
Conrad, D., & Openo, J. (2018). Assessment Strategies for Online Learning Engagement and Authenticity. AU Press. https://doi.org/10.15215/aupress/9781771992329.01
Atividade 3 – Ensaio em Coautoria com Inteligência Artificial
A terceira atividade propôs a elaboração de um ensaio académico em coautoria com uma ferramenta de Inteligência Artificial. O resultado foi o texto A Inteligência Artificial na Avaliação Educacional: Entre a Inovação Tecnológica e a Transformação Pedagógica, que discutiu criticamente as potencialidades e os riscos associados ao uso da IA na avaliação, especialmente no ensino superior.
A IA foi usada de forma transparente e ética, enquanto ferramenta de apoio à construção argumentativa, respeitando sempre o protagonismo do pensamento humano. Este exercício foi particularmente significativo para refletir sobre os limites e possibilidades do uso da IA, destacando a necessidade de formação docente específica e o papel insubstituível do professor como mediador ético, pedagógico e cultural.
Referências:
Rodríguez-Gómez, G., & Ibarra-Sáiz, M. S. (2015). Assessment as learning and empowerment. In M. Peris-Ortiz & J. Merigó Lindahl (Eds.), Sustainable learning in higher education (pp. 1–20). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-319-10804-9_1
Felix, J., & Webb, L. (2024). Use of artificial intelligence in education delivery and assessment. UK Parliament. https://doi.org/10.58248/PN712
Atividade 4 – Instrumento de Avaliação para Curso de Literacia Mediática
Na última atividade, desenvolvida em grupo com Pedro Vasconcelos e Rui Rodrigues, concebeu-se um plano de avaliação para um curso online de Literacia Mediática. A proposta assentou no modelo PrACT (Amante, Oliveira & Pereira, 2017), valorizando os princípios da Praticabilidade, Autenticidade, Consistência e Transparência.
Entre os elementos inovadores destaca-se a construção de uma rubrica detalhada para a competência “verificação de factos” e a inclusão de um checklist de autorreflexão, promovendo a metacognição e a autoavaliação. O plano incorporou ainda diversas estratégias de feedback – escrito, automático, áudio, coletivo e entre pares –, em consonância com os referenciais estudados.
Referências:
Amante, L., Oliveira, I., & Pereira, A. (2017). Cultura da Avaliação e Contextos Digitais de Aprendizagem: O modelo PrACT. Revista Docência e Cibercultura, 1(1), 135–150. https://doi.org/10.12957/redoc.2017.30912
Bearman, M., et al. (2016). Support for assessment practice: developing the Assessment Design Decisions Framework. Teaching in Higher Education. https://doi.org/10.1080/13562517.2016.1160217
Considerações Finais
A UC “Avaliação em Contextos de E-learning” foi, sem dúvida, uma experiência pedagógica transformadora, caracterizada pela articulação entre teoria, prática e inovação tecnológica. As atividades propostas permitiram consolidar competências essenciais para o desenho de instrumentos avaliativos relevantes, éticos e ajustados aos desafios da educação digital contemporânea.
A colaboração entre colegas e a experimentação com ferramentas de IA contribuíram para ampliar a minha visão sobre a avaliação online, reforçando a necessidade de práticas transparentes, formativas e sustentáveis. O percurso realizado nesta unidade curricular fortaleceu não só as minhas capacidades técnicas e reflexivas, como também reforçou o meu compromisso com uma pedagogia centrada no estudante, participativa e ética.
Encerro este ciclo formativo com um sentimento de crescimento académico e entusiasmo pela continuidade do estudo e aprofundamento destas temáticas no âmbito da minha prática profissional e investigação futura.
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